23 de jan. de 2015

9º livro das Crônicas Saxônicas ficará pronto em 2015

Procurando por notícias a respeito da série, resolvi fazer uma busca no site do próprio Bernard Cornwell para ver se achava alguma novidade a respeito de Uhtred. E não é que eu encontrei? O 9º livro da série, ainda sem nome, está sendo escrito pelo autor e ficará pronto em 2015!

"Ainda não sei quantos livros serão, mas no momento eu estou trabalhando no próximo!"

"Um livro em 2015 - Uhtred."

"Eu comecei a escrever o nono livro das aventuras de Uhtred; tenho esperanças de que ele estará pronto para publicação no mais tardar este ano!

Felizes com a notícia? Eu sou fã demais dessa série e fico cada vez mais ansioso sabendo que uma hora ela chegará ao seu final, mesmo que a gente ainda não saiba quantos livros serão. Lembrando também que um seriado baseado nos livros está sendo produzido e deverá vir ao ar no final de 2015/início de 2016. Fiquem atentos a qualquer novidade e, até lá, aproveitem para ler as resenhas que fiz dos livros já lançados, começando por O Último Reino.

Um grande abraço e bom final de semana!

22 de jan. de 2015

Resenha: A Canção do Sangue - Anthony Ryan


Título: A Canção do Sangue
Original: Blood Song
Série: A Sombra do Corvo/Raven's Shadow #01
Autor: Anthony Ryan
Páginas: 656
Editora: LeYa (outubro de 2014)

Sinopse: Quando Vaelin Al Sorna, um garoto de apenas 10 anos de idade, é deixado por seu pai na Casa da Sexta Ordem, ele é informado que sua única família agora é a Ordem. Durante vários anos ele é treinado de forma brutal e austera, além de ser condicionado a uma vida perigosa e celibatária. Mesmo assim, Vaelin resiste e torna-se líder entre seus Irmãos. Ao longo de sua jornada, Vaelin também descobrirá de quem foi o verdadeiro desejo para que ele fosse entregue à Ordem - o objetivo sempre foi protegê-lo, mas ele não tem ideia do quê. Aos poucos, indícios de uma esquecida Sétima Ordem e questões acerca das ações do Rei Janus fazem Vaelin Al Sorna questionar sua lealdade. Destinado a um futuro grandioso, ele ainda tem que compreender em quem confiar. Neste primeiro volume da trilogia A Sombra do Corvo, Anthony Ryan estreia de maneira promissora com uma aventura repleta de ação.

A história de uma lenda. Estas seriam as cinco palavras necessárias se alguém me pedisse para resumir brevemente toda a vida de Vaelin Al Sorna, Beral Shak Ur, Eruhin Makhtar, o Matador do Esperança, filho do ex-Senhor da Batalha do Rei, abandonado pelo próprio pai em frente à casa da Sexta Ordem logo após a sua mãe ter falecido. Treinado para ser um guerreiro em nome da Fé e proteger o Reino, Vaelin é um personagem que acabou entrando definitivamente, a partir de agora, para a minha lista de favoritos.

A Canção do Sangue começa quando Vaelin está sendo levado a um julgamento por combate para que possa responder aos seus "crimes" e ter o destino que muitos desejam: a morte. Acompanhado pelo escriba imperial Verniers, nosso protagonista resolve enfim contar a sua história para ele, trazendo à tona praticamente todos os segredos e mentiras que envolvem a lenda do Matador do Esperança. Alguma semelhança com os livros do Patrick Rothfuss? Diferentemente d'A Crônica do Matador do Rei, onde Kvothe é o ponto de vista e conta sua história, aqui acompanhamos os pensamentos do escriba em primeira pessoa e é Vaelin quem conta a sua história para ele.

O livro é dividido em cinco partes, sendo que em todas elas o primeiro capítulo é do ponto de vista de Verniers, apresentando seus relatos na história presente, e logo após partimos para os capítulos em que Vaelin é o ponto de vista, mudando a narrativa para a 3ª pessoa e viajando ao passado.

"Diziam que aqueles olhos podiam desnudar a alma de um homem, que nenhum segredo permanecia oculto sob seu olhar."

Eu gostei MUITO dessa parte inicial do treinamento de Vaelin Al Sorna. Eu estava até meio receoso que ela fosse ser meio monótona e cheia de enrolações, mas o Anthony Ryan fez uma narrativa tão simples, tão direta, que parecia que eu estava vendo um filho sendo treinado para matar. Ainda posso destacar que Vaelin nunca está sozinho e seus irmãos (de Fé) também são desenvolvidos da uma maneira satisfatória, com seus passados sendo explorados (ou não) e todos tendo que superar as dificuldades dos testes impostos pela Ordem. Muitos acabam sucumbindo às adversidades dos mais variados testes da Ordem, uns sendo mandados embora e outros sendo mandados à cova.

"Eram fortes. Eram matadores. Eram o que a Ordem os tornara. Este é o fim de algo, percebeu. Vivendo ou morrendo, é aqui que as coisas vão mudar, para sempre."

Conforme o tempo vai passando, Vaelin e seus irmãos vão crescendo e também se aperfeiçoando nas suas habilidades (Vaelin na espada, Dentos no arco, Barkus no combate desarmado, Nortah com o cavalo e Caenis na natureza) e consequentemente estreitam seus laços, passando a receber missões cada vez mais perigosas e também arrumando algumas confusões básicas por aí.


O livro toma outro rumo quando Vaelin sofre uma tentativa de assassinato, é agraciado (ou não) com a visão de um lobo e a partir daí começa a sentir a canção do sangue dentro de si, um dom que mais parece um instinto, como se alguém estivesse tentando lhe dizendo o que fazer e o alertasse sobre os perigos que ele está para enfrentar. Quando algo está errado ou Vaelin precisa de alguma indicação do que fazer, ele sempre recorre à canção, aprendendo como controlá-la e, com isso, acaba  também conhecendo outras pessoas que têm esse dom. Quem tentou matá-lo? Por que Vaelin foi enviado à Sexta Ordem? Essas são apenas algumas das várias perguntas que nosso protagonista se fará enquanto tenta sobreviver.

"- A canção não pode ser ensinada, irmão, e não vem de lugar algum. É simplesmente o que você é. Sua canção não é um outro ser que vive dentro de você. Ela é você."

Destaco também a importância que o autor transmitiu às religiões no livro e como elas foram realmente necessárias para que a obra atingisse um nível de excelência, com suas tramas cada vez mais obscuras e também nos trazendo relatos de uma proibida/esquecida Sétima Ordem, conhecida antigamente pelo seu controle das Trevas e por membros que sempre almejavam o poder.

Outro que aparece vez ou outra no livro e tem sua relevância é o Rei Janus. Em um livro desse estilo, tramas políticas não poderiam faltar, né? Ainda mais se algumas mulheres inteligentes forem inseridas no meio e acabarem sendo importantes até mesmo para o amadurecimento da personalidade de Vaelin. Mostrando que não está ali apenas para sentar num trono, Janus entende que Vaelin não pode será apenas um membro da Sexta Ordem e que faz somente o que eles desejam, lembrando que o seu pai era o antigo Senhor da Batalha e os esforços do seu filho poderiam muito bem ser usados para novas tarefas. Tarefas essas que envolvem batalhas, é claro.

Batalhas essas que são muito bem escritas, por sinal, lembrando-me rapidamente as carnificinas dos livros do autor Bernard Cornwell, cujo desbravador aqui é fã! O autor não perdeu muito tempo com descrições exageradas e que pudessem tornar o momento monótono, e essa escrita "lisa" fez com que as batalhas fossem partes extremamente dinâmicas no seu decorrer, sempre mostrando que as habilidades do Senhor da Batalha continuam no sangue de seu filho Vaelin.

Preciso ainda fazer uma leve reclamação à editora LeYa: revisem melhor os seus livros!! Achei várias palavras escritas erroneamente e também fora do lugar, pontuação faltando/sobrando. Um cuidado um pouquinho maior seria legal. Imagino que isso será corrigido na sequência...


A história de um garoto que se transformou em uma lenda, um homem a ser respeitado, um guerreiro a ser temido. Quem diria que o livro inicial do autor Anthony Ryan poderia fazer tanto sucesso? Depois de ser publicado de forma independente, A Canção do Sangue chamou a atenção da editora Penguin Books e a partir daí a quantidade de leitores só aumentou. Nem preciso dizer que, agora que chegou ao Brasil, a série A Sombra do Corvo ganhou mais um ávido leitor, né?

Posso dizer que gostei de tudo nesse livro: o treinamento dos irmãos, a Fé e seus seguidores, o modo de avaliar as Trevas e as pessoas que as dominam, as batalhas e as intrigas políticas no meio de tudo isso. Sobrou até espaço para um leve romance aí no meio, sem contar que a lealdade de Vaelin Al Sorna para com seus irmãos é algo digno de se gravar.

"- A lealdade é nossa força."

Uma mistura no mínimo intrigante: o modo de contar histórias visto em A Crônica do Matador do Rei, o treinamento para se tornar especialista em determinado aspecto sendo bem desenvolvido como na série Nobres Vigaristas (os dois extremamente distintos, só para relembrar) e as descrições de batalhas parecidas com as dos livros de Bernard Cornwell. Está esperando o quê para largar a sua leitura atual e dar uma chance a esse livro? Fica a recomendação então. Nota máxima!

Avaliação final:

A Sombra do Corvo:

1º livro - A Canção do Sangue
2º livro - O Senhor da Torre
3º livro - A Rainha do Fogo

16 de jan. de 2015

3º livro da série Nobres Vigaristas, The Republic of Thieves, tem previsão para maio de 2015

A continuação de As Mentiras de Locke Lamora e Mares de Sangue chegará ao Brasil em maio de 2015, segundo palavras da própria Editora Arqueiro. O título do livro em inglês é The Republic of Thieves, então acredito que será traduzido aqui como "A República dos Ladrões".


Capa oficial nos EUA

O nosso blog parceiro Dragonmountbooks já fez uma resenha do livro, por sinal, e vocês podem conferir aqui. Caso queiram saber a minha opinião sobre os dois primeiros livros, vocês podem desbravar a resenha de As Mentiras de Locke Lamora aqui e a resenha de Mares de Sangue aqui.

E aí, o que acharam da novidade? Eu sou louco por essa série, pra mim foi a maior surpresa de 2014 e certamente ganhará ainda mais fãs nesse ano de 2015!

13 de jan. de 2015

"Os Ventos do Inverno" não será lançado em 2015


Para aqueles que são fãs das Crônicas de Gelo e Fogo, assim como eu, este é um baita balde de água fria. O sexto livro da série não estaria nos planos da editora para 2015, segundo palavras da própria editora Jane Jhonson em seu Twitter:

Jane Johnson: "@bonefish914 O livro não está em nossa agenda de publicações para 2015 – Não sei mais do que isso no momento."

Resta aguardarmos por algum pronunciamento do próprio autor George R. R. Martin para saber quando poderemos ter alguma previsão, já que pelo visto ele nem terminou de escrever o sexto livro. Brace yourselves, my friends, winter is coming, and it's gonna be hard!

12 de jan. de 2015

Resenha: Words of Radiance - Brandon Sanderson


Título: Words of Radiance
Original: Words of Radiance
Série: The Stormlight Archive #02
Autor: Brandon Sanderson
Páginas: 1080
Editora: Tor Books (janeiro de 2014)

Sinopse: In the first volume, we were introduced to the remarkable world of Roshar, a world both alien and magical, where gigantic hurricane-like storms scour the surface every few days and life has adapted accordingly. Roshar is shared by humans and the enigmatic, humanoid Parshendi, with whom they are at war. Among those caught up in the conflict are Highprince Dalinar Kholin, who leads the human armies; his neice Jasnah, a renowned scholar; her student Shallan, a brilliant but troubled young woman; and Kaladin, a military slave who, by the book’s end, was beginning to become the first magically endowed Knight Radiant in centuries. In Words of Radiance their intertwined stories will continue and, as Sanderson fans have come to expect, develop in unexpected, wonderfully surprising directions. The war with the Parshendi will move into a new, dangerous phase, as Dalinar leads the human armies deep into the heart of the Shattered Plains in a bold attempt to finally end it. Shallan will come along, hoping to find the legendary, perhaps mythical, city of Urithuru, which Jasnah believes holds a secret vital to mankind’s survival on Roshar. The Parshendi take a dangerous step to strengthen themselves for the human challenge, risking the return of the fearsome Voidbringers of old. To deal with it all, Kaladin must learn how to fulfill his new role, while mastering the powers of a Windrunner.

Contém alguns spoilers do livro anterior!

O que dizer da sequência de The Way of Kings? Se o livro anterior já tinha me deixado extremamente satisfeito, esse aqui elevou o patamar da série às alturas, me deixou bufando em stormlight, literalmente. Achei que seria muito difícil o Brandon manter o excelente nível do livro anterior, mas o cara simplesmente fez melhor e escreveu uma sequência arrebatadora, cheia de novas teorias e com alguns combates singulares muito interessantes.


Repassando os últimos acontecimentos do 1º volume, agora Kaladin e seus companheiros de Bridge Four são os responsáveis pela guarda pessoal de Dalinar Kholin e sua família, um "prêmio" recebido por terem salvo o general durante a batalha na Torre após uma traição mais que fdp de Sadeas, um cara que merece morrer da pior forma possível. Que Stormfather me conceda esse desejo!!

Que mudança de vida, hein? De carregador de pontes enfrentando a morte todas as vezes que se aventurava nas Shattered Plains a capitão da guarda pessoal do homem que praticamente comanda Roshar, tendo que evitar a morte dos outros a qualquer custo, já que o rei Elhokar não é nem uma sombra se comparado ao falecido pai Gavilar Kholin.

Kaladin definitivamente é o melhor personagem da série e um dos que mais gostei até hoje em todos os livros de fantasia que consegui desbravar. Seus fantasmas do passado o impedem muitas vezes de seguir adiante e tornar-se um homem mais poderoso em Roshar, mas isso é facilmente entendido devido a todos os seus problemas do passado. Em Words of Radiance, vemos o lanceiro em uma posição que o incomoda, já que está muito próximo das intrigas da corte e sua intenção sempre foi e sempre será estar lutando nas Shattered Plains. Ao mesmo tempo que cumpre essa função, Kaladin precisa lidar com seus novos poderes e aprende que ser um bom Surgebinder não é assim tão fácil, ainda que a spren Syl está ali para ajudá-lo a entender como funciona a stormlight.


Mesmo que Kaladin seja o grande protagonista da série, Words of Radiance foi feito para Shallan, a aprendiz de Jasnah Kholin e que agora continua o trabalho da mesma, indo em direção às Shattered Plains para descobrir se Urithiru, a cidade que centralizava as dez ordens dos Knights Radiant, está escondida lá no meio. Isso sem contar que as teorias envolvem os Parshendi e seus "primos" parshmen são ainda mais tenebrosas, capazes de destruir a humanidade se tudo for confirmado.

"A woman's strength should not be in her role, whatever she chooses to be, but in the power to choose that role."

É incrível acompanhar a evolução de Shallan do livro anterior para esse. Daquela garotinha tímida para uma mulher, praticamente, capaz de tudo para descobrir os segredos que tanto perturbam os estudiosos e para infiltrando-se no meio de organizações perigosas, a um passo da morte. Isso sem contar que todos os flashbacks de WoR são com Shallan como personagem principal, e neles descobrimos como foi que seu pai e sua mãe morreram, como seus irmãos foram criados e também todo o tratamento que Shallan recebeu para hoje ter a personalidade que tem.


Mais uma coisa: Shallan definitivamente sai da caverna nesse livro. Algumas revelações sobre ela são incríveis e fazem com que seus povs sejam bem melhores em WoR do que em TWoK.

Outros que ganharam mais destaque nessa sequência são os homens da família Kholin. Renarin agora é um shardbearer e precisa aprender a lutar, ainda que seus "problemas de saúde" o atrapalhem bastante. Para superar isso, nada melhor que se juntar à Bridge Four, correto? Adolin tem uma participação bem maior nesse livro, deixando-nos a par de sua grande habilidade, principalmente em duelos contra outros shardbeares a fim de conseguir mais shardplates e shardblades para a família e assim enfraquecer os inimigos políticos dos Kholin, visto que eles podem e querem atrapalhar o plano de seu pai: reunificar todos os highprinces e finalmente derrotar os Parshendi. Mas quem manda mesmo na parada é Dalinar Kholin, the Blackthorn, agora um homem preocupado, mesmo que obrigatoriamente, com a política e as intrigas que cercam o reino. Sua relação extramamente conturbada com Sadeas ganha outro nível em Words of Radiance, ainda mais que agora temos alguns povs daquele traidor no livro e também entendemos/odiamos as motivações dele em querer que Dalinar saia da posição em que está e seja morto a qualquer hora.

E, para finalizar a lista dos personagens que mais apareceram em Words of Radiance, temos Eshonai e Szeth. A primeira, uma guerreira Parshendi, tem alguns pontos de vista narrados durante o livro e esses capítulos são MUITO interessantes. Conhecemos mais sobre os inimigos do reino, suas diversas formas e sua forma de pensar e, principalmente, lutar e conversar, além de acompanharmos a evolução dos Parshendi e suas última tentativa de sobrevivência. Já Szeth, sempre contratado para matar quem quer que seus mestres desejam, agora tem uma missão maior e precisará tirar do caminho vários highprinces de Roshar, além de encontrar finalmente um adversário ao seu alcance durante a narrativa. As partes de luta de Szeth eram sempre as melhores em The Way of Kings, e aqui não é diferente. Prepare-se para muitos momentos de tensão quando ele aparece, é sempre certeza de adrenalina e muita stormlight sendo utilizada!

 

Comparado ao livro anterior, The Way of Kings, WoR tem menos batalhas mas muito mais intrigas, a escala do mundo cresce consideravelmente e somos apresentados cada vez mais a novos lugares de Roshar e suas particularidades. Eu, particularmente, gostei muito de ambos os livros, mas esse aqui expande a série para outro nível e torna tudo muito melhor. Os segredos de todo (o) mundo crescem ao mesmo tempo que alguns são revelados, alguns personagens descobrem ser capazes de fazer coisas que ninguém imaginava.

You sent him to the sky to die, assassin," Kaladin said, Stormlight puffing from his lips, "but the sky and the winds are mine. I claim them, as I now claim your life.

O que mais me intrigou e me satisfez nesse livro foi descobrir algumas coisas por trás das dez ordens dos Knights Radiant e sobre a origem das sharplates/shardblades, além de nos ser explicada muita coisa a respeito dos espíritos da terra de Roshar, os/as sprens, como é o caso de Syl com Kaladin e de Pattern com Shallan. Ambos desenvolvem-se enquanto seguem os personagens principais e aumentam o seu conhecimento sobre o mundo e as coisas ao seu redor. Sem contar que ter capítulos que se passam entre os Parshendi foi excepcional, a cultura deles é totalmente diferente do que se vê por aí e o modo como se relacionam é bem singular, sendo que todas as suas classes tem uma devida importância entre o povo e assim todos se ajudam mutuamente.

Quem ainda não partiu para desbravar The Stormlight Archive não sabe o que está perdendo!!! É uma leitura agradável, mesmo que os livros tenham mais de 1.000 páginas, as coisas começam a se encaixar de um jeito intrigante, os personagens são bem construídos e fica até fácil identificar-se com vários deles (eu gosto demais do Kaladin, mas eu praticamente me vejo sendo Dalinar, o Blackthorn. Todas as atitudes que ele toma são exatamente as mesmas que eu faria, parece até que o Brandon está escrevendo a minha história quando for mais velho, haha). Uma saga épica que promete ser uma das melhores de todos os tempos, mesmo que só 2 dos 10 livros prometidos tenham sido lançados até o momento. Eu estou tendo a oportunidade de acompanhá-la desde o início e tenho certeza que não me arrependerei quando tudo terminar.

Fica novamente a recomendação dessa série de fantasia épica. Brandon Sanderson escreve sem muitas enrolações e está presenteando os seus leitores com excelentes personagens e um mundo incrivelmente único. Que venha o terceiro (Skybreaker) em 2016!

Avaliação final:


The Stormlight Archive:

1º livro - The Way of Kings
2º livro - Words of Radiance
3º livro - Skybreaker (previsão de lançamento para 2016)
4º livro - Sem nome
5º livro - Sem nome
6º livro - Sem nome
7º livro - Sem nome
8º livro - Sem nome
9º livro - Sem nome
10º livro - Sem nome

2 de jan. de 2015

Resenha: Mares de Sangue - Scott Lynch


Título: Mares de Sangue
Original: Red Seas Under Red Skies
Série: Nobres Vigaristas/Gentleman Bastard #02
Autor: Scott Lynch
Páginas: 512
Editora: Arqueiro (outubro de 2014)

Sinopse: Após uma batalha brutal no submundo do crime, o golpista Locke Lamora e seu fiel companheiro, Jean Tannen, fogem de sua cidade natal e desembarcam na exótica Tal Verrar para se recuperar das perdas e feridas. Porém, mesmo no extremo ocidental da civilização, não conseguem descansar por muito tempo e logo estão de volta ao que fazem de melhor: roubar dos ricos e embolsar o dinheiro. Desta vez, eles têm como alvo o maior dos prêmios, a Agulha do Pecado, a mais exclusiva casa de jogos do mundo, onde a regra de ouro é punir com a morte qualquer um que tente trapacear. É o tipo de desafio a que Locke não consegue resistir... só que o crime perfeito terá que esperar. Antigos rivais dos Nobres Vigaristas revelam o plano a Stragos, o ambicioso líder militar verrari, que resolve manipulá-los em favor de seus próprios interesses. Em pouco tempo, a dupla se vê envolvida com o mundo da pirataria, um trabalho inusitado para ladrões que mal sabem diferenciar a proa da popa de um navio. Em Mares de sangue, Locke e Jean terão que se mostrar malabaristas de mentiras, enganando todos ao seu redor sem a mínima falha, para que consigam sair vivos. Mas até mesmo isso pode não ser o bastante...

CONTÉM SPOILERS DO LIVRO ANTERIOR!

A sequência de As Mentiras de Locke Lamora dá continuidade às aventuras de Locke e Jean, dois anos após partirem de Camorr sem os seus amigos Pulga, Calo e Galdo, já que eles tiveram um destino bem desagradável (tristeza lembrar disso). Quando parece que eles vão descansar um pouquinho das loucuras que aconteceram em Camorr, Locke e Jean resolvem apostar em um plano ousado: roubar a maior casa de jogos de Tal Verrar, a Agulha do Pecado, nunca antes expugnada. Era óbvio que eles não iriam sentar numa rede e aproveitar a vista, né? Roubar está no sangue dos dois, principalmente no de Locke Lamora!
– A fortuna é uma dama que gosta de ser passada adiante – disse Locke.

Scott Lynch começa a expandir seu mundo e o torna cada vez mais atraente. Tal Verrar é uma beleza por si só, com suas várias ilhas em seu domínio e caminhos por onde um navio possa passar, podemos imaginar claramente como ela é formada enquanto estamos lendo. O worldbuilding de Lynch começa a ficar interessante, sem contar que ele ainda nem chegou a explorar cidades como Talisham e Karthain, por exemplo.

O plano dos dois parece estar dando certo, tudo corre completamente bem até que antigos e agora novos inimigos resolvem aparecer e a dupla se vê envolvida em TRÊS frentes diferentes. Isso mesmo, três! É extremamente engraçado e gratificante ver Locke Lamora e Jean Tannen totalmente perdidos em determinado momento tentando mentir para três lados diferentes e ter que sobreviver no meio de tudo isso, correndo riscos de morte a cada momento.
- Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente.

Uma coisa diferente nesse segundo livro é que temos mulheres praticamente protagonistas nele, como Zamira Drakasha, a capitã do navio Orquídea Venenosa, e sua tenente Ezri Dalmastro, que acabarão cruzando o caminho de Locke e Jean quando eles menos imaginam. Esperem por uma personagem de caráter forte, capaz de tudo para proteger seus filhos e fazer com que sua tripulação sobreviva. Grandes momentos são vivenciados pela dupla com a capitã e algumas das melhores partes do livro tem o Orquídea Venenosa como palco. Sobrou páginas até para ter um pouco de romance ali no meio! haha

Aliás, em Mares de Sangue temos muito de aventuras navais, como o próprio título já nos antecipa claramente. É interessante ver a nossa dupla preferida tentando desbravar outros tipos de atividades (mesmo que obrigados, haha) e acredito que o autor fez isso de uma maneira bem satisfatória, mas ainda assim prefiro as trapaças dos dois em terra firme, onde eles costumam se sair muito melhor e a, digamos assim, "qualidade" das suas mentiras é insuperável.

Esse segundo volume da série, na minha opinião, não é melhor do que o primeiro, já antecipo isso, mas a diferença é tão sutil que ele merece ser desbravado o quanto antes. Teve um capítulo quase no final que eu dei tanta, mas tanta risada, que achei incrível o jeito que o Scott Lynch fez até o Jean e o Locke serem passados para trás uma vez que fosse na vida. Foi hilário!

Vale lembrar que a linguagem continua a mesma: recheada de palavrões e o sarcasmo rola solto a cada cinco palavras (obrigado, tradutor!!). Eu gostei muito disso, pois há tempos não lia algo desse tipo e é sempre bom variar um pouco, tanto é que esse sarcasmo gera tantas piadas e momentos engraçados que a leitura flui muito mais rapidamente.


Um último ponto importante a ressaltar: a relação entre Locke e Jean é aprofundada bastante nesse livro. Erros e fantasmas do passado são relembrados, opiniões diferentes entram em conflito e os dois precisam conviver com isso. Preparem-se para o último capítulo, pois ele deixa extremamente explícito o que um pensa do outro e como eles irão se relacionar daqui por diante. Jean é bem mais explorado do que no volume anterior, deixando de se tornar aquela mera sombra de Locke e agora tendo uma opinião bem mais firme e uma atitude que o torna extremamente importante para a dupla, custe o que custar.

Fica portanto a minha recomendação, principalmente da série Nobres Vigaristas, que está fazendo um grande sucesso aqui no Brasil. Não sou o único fã brasileiro, podem ter certeza! hauhauahauh. E que venha o terceiro livro, The Republic of Thieves!!

Avaliação final:

Nobres Vigaristas:

1º livro - As Mentiras de Locke Lamora
2º livro - Mares de Sangue
3º livro - República de Ladrões
4º livro - The Thorn of Emberlain (ainda não foi lançado)
5º livro - The Ministry of Necessity (ainda não foi lançado)
6º livro - The Mage and the Master Spy (ainda não foi lançado)
7º livro - Inherit the Night (ainda não foi lançado)
Livro extra com dois contos - The Bastards and the Knives (ainda não foi lançado)
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