6 de abr. de 2015

Resenha: A Grande Caçada - Robert Jordan


Título: A Grande Caçada
Original: The Great Hunt
Série: A Roda do Tempo/The Wheel of Time #2
Autor: Robert Jordan
Páginas: 704
Editora: Intrínseca (maio de 2014)

Sinopse: A Roda do Tempo gira, e Eras vêm e vão, deixando memórias que se transformam em lendas. Há séculos os menestréis narram a Grande Caçada à Trombeta de Valere, que muitos pensavam não passar de uma história e que agora, alguns sabem, foi encontrada. Ela seria usada para convocar heróis mortos de seus túmulos para lutar contra o Tenebroso, mas alguém a roubou. Rand al’Thor, Mat Cauthon e Perrin Aybara juntam-se aos soldados shienarianos, dispostos a sacrificar a própria vida para recuperar o artefato. No entanto, há algo que Rand teme ainda mais do que as forças do Tenebroso: a mácula de saidin. Rand sabe que está condenado à loucura e à morte e se pergunta se conseguirá ajudar seus amigos antes que isso aconteça ou se será ele próprio o responsável por destruí-los.

Contém alguns spoilers do livro anterior.

E não é que tudo pode mudar de um livro para outro? Eu não tinha gostado muito de O Olho do Mundo, como vocês podem conferir aqui, mas A Grande Caçada superou muito as expectativas. Li essa sequência por insistência de muitos amigos leitores e também por ter percebido, na obra anterior, que a série do Jordan tinha um bom futuro, mesmo que no 1º livro tudo tenha sido feito de um modo que eu acabei não gostando tanto, cheio de passagens que quebravam totalmente o ritmo. Doce ilusão ou obra do Tenebroso fazer eu achar que sua sequência seria parecida.

Passados os fatos no Olho do Mundo e seus desdobramentos, sabemos que o grupo de personagens principais encontra-se em Fal Dara e está em posse da Trombeta de Valere, que muitos dizem ser um artefato capaz de convocar os heróis do passado para lutar ao lado do tocador da Trombeta.

Já comecei o livro pensando: Agora que a parte boa de ação já passou, será que teremos páginas intermináveis de descrições e explicações de tempos longínquos? Engano meu. As informações passadas ao leitor são intrigantes, cheias de duplo sentido e que me fizeram querer saber sempre mais, ao mesmo tempo que a leitura não se tornava enfadonha e chata em momento algum.

Ainda mais com o prólogo se passando em uma reunião do Tenebroso com dezenas de Amigos das Trevas, onde todos parecem estar prontos para colocar em prática um plano que pode atrapalhar e muito a vida dos nossos conhecidos heróis Rand, Mat, Perrin, Egwene, Nynaeve e cia.

“O túmulo não é limite para o meu chamado” — traduziu, em uma voz tão baixa que parecia estar falando sozinha. — A Trombeta de Valere, criada para convocar heróis de volta do túmulo. E a profecia diz que ela só seria encontrada às vésperas da Última Batalha.

Acomodados em Fal Dara, nossos protagonistas estão pensando apenas no futuro imediato. Egwene e Nynaeve dirigem-se a Tar Valon para iniciar seu treinamento como Aes Sedai. Mat precisará de ajuda para se livrar da maldição da adaga que possui, e as Sedai parecem ser a única solução. Perrin pensa em voltar para Campo de Emond, em Dois Rios, e viver tranquilamente por lá, mas sua relação com os Lobos parece ter se tornado muito mais forte. Já Rand quer apenas fugir do seu destino: enlouquecer e acabar com a vida daqueles que ama. Essa é a mácula que o Dragão carrega, e Rand está muito disposto a não deixá-la acontecer.

Só tem um probleminha: a bendita Trombeta foi roubada, juntamente com a adaga amaldiçoada de Mat! E deixá-los nas mãos dos Amigos das Trevas não parece ser uma boa ideia. Portanto, lá vamos nós acompanhar mais uma aventura.

Rand, Mat e Perrin seguem com Lorde Ingtar e uma comitiva formada por shienaranos em busca do artefato mágico e da adaga, enquanto ao mesmo tempo Egwene e Nynaeve começam sua caminhada rumo a Tar Valon. Usando e abusando dos recursos apresentados no livro anterior, Robert Jordan nos faz praticamente atravessar boa parte do mundo por meio das Pedras-Portais e também dos Caminhos, passagens mágicas que alteram a distância e tempo percorridos.


Uma das boas partes desse livro é conhecer Tar Valon e como são treinadas as Noviças e Aceitas que pretendem se tornar Aes Sedai um dia. Egwene e Nynaeve certamente passarão alguns sufocos em busca do sonho, ainda mais quando percebem o que acontece quando uma Aes Sedai "amansa" um homem capaz de canalizar o Poder Único, como é o caso do Falso Dragão Logain. E se algum dia, em seu lugar, estiver Rand? Elas serão capazes de fazer o que lhes é mandado? São perguntas que só serão respondidas quando eu ler o restante da série. Destaco também, antes que eu esqueça de mencionar, as novas amizades das duas garotas: Elayne e Min.

E quem disse que não teríamos novos povos e criaturas sendo apresentados? É nesse livro que Jordan expande ainda mais o seu universo e nos apresenta seres muito peculiares, como os Seanchan, que saíram de além do Oceano para recuperar as terras do passado, falando sobre o tal Corenne, reforçando que devem o terreno pronto para o retorno dos exércitos que esperarão a vinda do seu herói Artur Asa-de-gavião. Acompanhados deles, criaturas bonitinhas e dóceis, como os grolms:


Isso que nem comentei o que esse povo pensa e faz com as Aes Sedai ou mulheres capazes de canalizar o Poder Único. Algo repudiante e covarde, diga-se de passagem. Deixarei a cargo do leitor descobrir o que acontece e tirar as suas próprias conclusões a respeito.

Conhecemos também, em Cairhien, o famoso Daes Dae'mar, o Grande Jogo ou Jogo das Casas, muito parecido com o que temos na série As Crônicas de Gelo e Fogo, escrita por George Martin, onde cada movimento, certo ou errado, pode representar uma ameaça para um lorde vizinho e acabar trazendo grandes consequências.

Finalmente consigo perceber o que Jordan quis trazer para o leitor ao escrever A Roda do Tempo. Mesclando conflitos pessoais (principalmente os de Rand, Perrin e Nynaeve nesse livro) com uma infinidade incrível de povos e culturas diferentes, a escala começa a crescer e eu me sinto mais inserido dentro da trama, querendo aprender mais e saber qual será o destino de cada um.

— Alguns homens — começou ela, sem tirar os olhos da mão dele — escolhem buscar a grandeza, ao passo que outros são forçados a ela. É sempre melhor escolher do que ser forçado. Um homem que é forçado nunca é inteiramente senhor de si, precisa dançar de acordo com os cordéis de quem o forçou.

E o final desse livro? SENSACIONAL! Feito com muita qualidade, já adianto, e fechando com chave de ouro essa sequência de O Olho do Mundo. Toda aquela aura de mistério por trás da Trombeta de Valere é revelada, trazendo consigo muito mais que uma simples melodia.


E agora só me resta ler o 3º livro, O Dragão Renascido, e aproveitar cada vez mais essa série. Antes disso, porém, lerei outras obras, como O Protegido (The Painted Man), escrito por Peter V. Brett, Gardens of the Moon, por Steven Erikson, e talvez The Well of Ascension, por Brandon Sanderson. Fiquem de olho, em breve tem mais!

Avaliação final:


A Roda do Tempo:

1º livro - O Olho do Mundo
2º livro - A Grande Caçada
3º livro - O Dragão Renascido
5º livro - As Chamas do Paraíso
6º livro - Lord of Chaos
7º livro - A Crown of Swords
8º livro - The Path of Daggers
9º livro - Winter's Heart
10º livro - Crossroads of Twilight
11º livro - Knife of Dreams
12º livro - The Gathering Storm
13º livro - Towers of Midnight
14º livro - A Memory of Light
Livro extra - New Spring

12 comentários:

  1. Que bom que vc leu o segundo! A série melhora mesmo (e depois piora brevemente...), mas vai ficando cada vez mais épica em escala e vale a pena ir até o final. :D

    Bjs!
    Isa

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    1. Vamos ver se um dia consigo chegar até o final, Isa. São CATORZE livros!! hauhauhauhuah

      Acho que já em seguida partirei pro 3º, e aos poucos vou lendo. Não dá pra emendar todos, já que gosto de acompanhar outras séries muito boas também.

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  2. Fiquei muito feliz ao ler essa resenha (ótima, por sinal). Valeu a insistência pelo visto. 5 espadas? Esse sim é um "rating" merecido, Desbravador. Parabéns pelo blog. Só falta o vlog agora ;)

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    1. Não tenho intenção de fazer vlog, sou bonito demais pra cair na net. AHSUHASASUH

      Passe sempre por aqui, vamos ver se o 3º livro é bom também! \o/

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  3. Bem, espero que vc goste do próximo. Esse livro é bem melhor do que o primeiro sim e dá para reparar bem como o Jordan vai dando mais identidade para a série e se afastando do tom Tolkiano.

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    1. Sim, já dá pra perceber que ele vai se diferenciar um pouco, mesmo que exista um lugar chamado "Nove Anéis" por aí. Pura coincidência, claro... ashuhasuhas

      Lerei o 3º em seguida, vamos ver se gosto também! ;)

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  4. Esse livro me fez ficar fascinado pela série e o universo criado pelo Jordan. O final é de explodir a cabeça e finalmente começa a dar ênfase ao meu personagem favorito, o Mat, juntamente com o terceiro livro, onde a evolução dele anda a passos largos. Terceiro livro que por sinal, tem sido melhor que o segundo, pra quem gosta dos personagens secundários e não quer focar tanto no protagonista.
    Ótima resenha e ótimo trabalho com o blog.

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    1. O Mat parece estar aparecendo agora mesmo, Saulo, pois antes ele não fazia quase nada!! ashuhsauhasuha
      Vou ler o 3º em breve, então fique sempre de olho no blog.
      Muito obrigado pelos elogios, abraço!!

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  5. Vi que estava em seus planos ler os jardins da lua de Steven Erickson. Mas percebi que n tem analise dele aqui no blog. Vc leu ou n ? Se sim gostaria de saber sua opinião sobre.

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    1. Terminei de ler na semana passada, Moisés, mas ainda não tive tempo para fazer a resenha. Logo mais ela aparece aqui no blog. ;)

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  6. Terminei essa semana kkk. Gostei demais ,com ctz pretendo ler os outros nove a medida q forem sendo lançados em português(torcendo pra q sejam !). Estou aguardando sua resenha :)

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    1. Também irei lendo conforme os lançamentos em português. Acredito que a Arqueiro consiga finalizar a série, mesmo que demore mais de 5 anos para isso. Cabe aos leitores comprarem os livros e divulgarem a série por aí! o/

      A resenha tá aqui, Moisés: http://desbravandolivros.blogspot.com.br/2017/04/resenha-jardins-da-lua-steven-erikson.html. Abraço!

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