3 de out. de 2015

Resenha: Perdido em Marte - Andy Weir

Titulo: Perdido em Marte
Original: The Martian
Autor: Andy Weir
Páginas: 336
Editora: Arqueiro (Outubro de 2014) 

Sinopse: Há seis dias, o astronauta Mark Watney se tornou a décima sétima pessoa a pisar em Marte. E, provavelmente, será a primeira a morrer no planeta vermelho. Depois de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente. Ao despertar, ele se vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam anos antes da chegada de um possível resgate. Ainda assim, Mark não está disposto a desistir. Munido de nada além de curiosidade e de suas habilidades de engenheiro e botânico e um senso de humor inabalável, ele embarca numa luta obstinada pela sobrevivência. Para isso, será o primeiro homem a plantar batatas em Marte e, usando uma genial mistura de cálculos e fita adesiva, vai elaborar um plano para entrar em contato com a Nasa e, quem sabe, sair vivo de lá. Com um forte embasamento científico real e moderno, Perdido em Marte é um suspense memorável e divertido, alavancado por uma trama que não para de surpreender o leitor. 

Essa resenha foi feita pelo colaborador Kaue Souza.

Pela sinopse de Perdido em Marte, a ideia que se cria é a de que o livro se desenvolve em cima do "como acontece", e não o mais habitual "o que acontece". Ao fim, tudo se desenrola de uma forma lenta, a ponto de não fazer diferença, sendo essa uma das grandes falhas na construção  da obra.

A maior parte do livro é narrada em primeira pessoa pelo diário de bordo de Watney. Por lá, acompanhamos sua rotina em Marte, onde ele descreve detalhadamente como sobrevive, improvisa alimentos, máquinas e desenvolve planos para se  manter vivo em  Marte. Devido à ideia inicial dada pela sinopse, o final não parece distante, mas apenas um mistério. A dúvida de como o livro irá acabar - já que todas as 336 páginas de  Perdido em Marte parecem desnecessárias para a proposta da obra - a cada capítulo fica  mais óbvia. As mesmas paginas poderiam ter trechos cortados e reduzidos, pois ocupam boa parte só para desenvolver cálculos e teses feitos pelo Mark. A Nasa mesmo se mostrou um mistério - ocupou um espaço tão grande com tantas informações que ao final era só algo a mais e não a protagonista tão esperada no clímax final.

O Mark como personagem não consegue convencer o leitor de seus medos, problemas e dilemas em que se envolve, tudo é fácil, e a proximidade da morte não modifica isso. O humor criado pelo autor acaba funcionando como alívio cômico nas cenas de tensão, e rir da falta de sorte do personagem é inusitado. Em alguns momentos, a impressão é de que tudo foi incluído como forma de diminuir o cansaço causado por tanta informação que o autor inseriu para torná-lo mais real.


Andy é um autor inteligente e escreve de uma forma que manipula os sentimentos e a expectativa do leitor. Na obra toda é possível perceber ideias já usadas no cinema que da a impressão que o livro todo foi escrito como um pré-roteiro para ser adaptado. O desfecho pode até empolgar, mas não sai da obviedade. E a sensação, após o fim de todas as 336 páginas, é saber que, caso leia-se novamente, o impacto não será o mesmo e não ficaram pontas soltas pro futuro.
 

Avaliação final:

6 comentários:

  1. Ótima resenha, Kaue. Eu ainda não li o livro, mas tenho ficado cada vez mais curiosa. Abs!

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  2. Todas as resenhas anteriores que li deste livro eram colocando-o entre as melhores obras do gênero. Esta resenha foi a única até agora que tem como opinião de o livro não ser tão bom assim rsrsrs Vou tentar lê-lo este ano ainda e tirar minhas próprias conclusões.

    bomlivro1811.blogpsot.com.br

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  3. Não tenho muita vontade de ler esse livro, mas quero assistir o filme. Acho que essa é o tipo de história que fica melhor nas telas do que nas páginas...

    http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/
    Mais Uma Página

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  4. Viva,

    Ainda não li que vergonha logo num género que gosto tanto.

    Abraço

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  5. Olá
    Bom, eu não concordo muito com a resenha. Eu achei que a leitura fluiu gostosamente, que o alívio cômico tem sua razão de ser, Mark é um personagem muito divertido, com o qual me conectei muito e achei os detalhes técnicos um pouco massantes, mas importantes em sua maior parte.

    Vidas em Preto e Branco

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    Respostas
    1. Oi, Lary.

      Pra você ver como cada pessoa percebe o livro duma maneira totalmente diferente, e ainda bem que isso acontece, opiniões divergentes são importantes. Obrigado por comentar!

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